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sábado, 9 de outubro de 2010

AS CONTRADIÇÕES DO COTIDIANO X PROFESSOR

Mayara Magro
Monique Degasperi
Nicolle Karoline Rodrigues
Thatiana Camargo Cardozo

Alunas do curso de pedagogia da Universidade Mackenzie


As contradições do cotidiano x professor

Há um ditado que diz: “As palavras comovem e os exemplos arrastam”. A postura do professor é fundamental. O que é exatamente essa postura do professor? É estar sempre vestido decentemente e condizente com a função que exerce que é a de dar exemplo para os alunos. Não é estar “ricamente” vestido, mas adequadamente vestido. O professor não pode, por exemplo, sentar em cima da mesa. Temos que formar nos alunos o domínio da vontade. Temos hora para tudo na vida: para comer, para estudar, para mascar chicletes, para dormir, etc. Na vida real não fazemos tudo que queremos, a toda hora. Isto se chama disciplina: A aprendizagem prevê mudança de comportamento. Se mudarmos nosso comportamento é porque temos a certeza absoluta da importância de tal atitude para a nossa vida, para a comunidade e para nossa família. Algumas vezes sob o pretexto de que "é preciso manter a ordem", o professor perde de vista o seu papel como educador. Educador no mais completo sentido da palavra. Aquele que educando também é educado porque vê no aluno não um ser abstrato, mas concreto, com experiências trazidas de seu cotidiano, enriquecedoras para os demais alunos e também para o professor.

Quando aquele professor deixa o pedestal e vai ao encontro dos alunos, amável, aberto, compreensivo, mesmo fora da classe, onde o mundo continua, ele descobre não arquivos onde depositar seus conhecimentos acadêmicos, mas indivíduos com potencialidades a serem exploradas. Passa então a buscar direções para melhor atendê-los no processo ensino-aprendizagem, respeitando as diferenças sociais, mentais, afetivas.

É interessante frisarmos a diferenças na conduta de um professor que atua na educação infantil e o professor que atua, por exemplo, no âmbito universitário. O reflexo de sua conduta fora da sala de aula interfere e muito na criança. A missão do professor além de instruir e educar, é criar hábitos, corrigir com suavidade e ser o modelo para esse futuro adulto.

O professor que atua na educação infantil deve ter uma preocupação específica de como lidar com as crianças no dia-a-dia e em situações especiais. Ao se tratar de alunos iniciantes no convívio escolar surgem situações diferentes e inesperadas em relação às demais fases escolares.

A criança tem um jeito próprio de encarar as novas etapas que vão surgindo em sua vida. O ideal é que o professor tenha algumas atitudes, estratégias e comportamentos que favoreçam uma melhor aceitação e desenvolvimento dessa criança no ambiente escolar e até mesmo no seu dia-a-dia, podendo, inclusive, colocar em prática certos conhecimentos adquiridos, porém de forma meio que inconsciente.

Portanto, o educador possui um papel fundamental e responsabilidade na formação ética e moral do indivíduo, principalmente na educação infantil, onde se inicia a vida escolar. É nesta fase em que o aluno é “todo aprendizagem”. Trabalhamos a ética e a moral na educação infantil vivendo-as, demonstrando-as aos nossos alunos através dos nossos atos, da nossa postura, das atitudes e dos valores aos quais acreditamos, pois eles irão reproduzir tudo o fazemos. Se o professor deixa de cumprir o seu papel de educador em valores, entrando em contradições entre seus ensinamentos e seus atos, a referência ética de seus alunos estará limitada à convivência humana que pode ser rica em se tratando de vivências pessoas, mas pode estar também carregada de desvios de postura, atitude comportamento ou conduta.

Podemos enfatizar primeiramente questões relacionadas a hábitos não saudáveis. Quando, por exemplo, diz para não fumar ou não beber, pois fazem mal a saúde, que não é correto e causa dependências. Imagine se um de seus alunos acaba encontrando-o fora da sala de aula, agindo em contradição com tudo que foi ensinado? Isso certamente lhe causaria certa dúvida: No que acreditar? O que é certo? Ou o que é errado?

É difícil para os alunos aceitarem o ditado: ‘faça o que eu digo, não faça o que eu faço’. Porque para eles, o seu professor é um exemplo de tudo que lhe é ensinado, caso contrário, não estamos formando, mas deformando o aluno.

Outro ponto importante a destacar é a sua conduta perante o meio ambiente. O Professor não pode ter uma conduta na escola e outra fora dela. É claro que o professor não pode se “privar” de tudo e de realizar suas atividades ou ações corriqueiras de seu dia - dia, mas sim tomar certo cuidados e/ou precauções. A sua conduta pessoal na escola e no shopping tem que ser a mesma. Educada, formativa. Não pode, por exemplo, dentro da escola, incentivar o racionamento de água, educar seus alunos quanto à reciclagem, preservação do meio ambiente e o meio em que vivemos, e fora dela jogar papel no chão da escola ou da classe, maltratar as pessoas, os animais, etc. O nosso comportamento é ditado pela aprendizagem. Vale ressaltar que não é só o professor que deve ter esta conduta para uma boa formação moral e ética do aluno, mas também a escola como um todo, sendo diretores, supervisores, secretárias (os), funcionários, proprietários da cantina da escola, etc.

Violência é um tema que vem sendo discutido há muito tempo no ambiente escolar e é objeto de preocupação no campo da educação no Brasil, a principal "ação errada", que vem anterior a violência é o desrespeito, resultado de injustiças sociais ou não.

Considerando que esse o espaço em que os professores estão educando e formando crianças, adolescentes e jovens, questionamo-nos sobre valores morais transmitidos a eles e que são incorporados ou que formam a identidade desses sujeitos.

A violência na escola encontra-se em relações de conflito e prejudiciais entre professores e alunos e dos alunos entre si...

A escola ou a sala de aula, enquanto espaço de violência e de indisciplina, é percorrida por um movimento incerto: de um lado, pelas ações que se refere ao cumprimento das leis e das normas social, e, de outro, pela dinâmica dos seus grupos internos que estabelecem interações e permitem a troca de idéias, palavras e sentimentos numa mistura provisória e que envolve conflitos.

Consideramos a política um tema também a ser citado, já que envolve opiniões distintas e certa ética.

Age de modo ético o professor que impõe aos alunos, durante a aula, um candidato x ou partido y para eles votarem? Ou lhes digam que o candidato x ou partido y é o melhor para o país? Cabe ao professor, fazer propaganda política ou deve analisar o momento político, as tendências, os candidatos, os interesses que estão em jogo? Qual é a função dos professores em época de eleições?

Durante a campanha eleitoral, por exemplo, o professor como cidadão que é, pode ser conquistado pela paixão política (ou não). Apesar disto, dependendo do tipo de relacionamento que estabelece com os alunos, o professor pode vir a ser solicitado por eles para expressar sua opinião sobre quem é o melhor candidato, ou mesmo dizer em qual candidato ele irá votar.

Ao manifestar sua opinião, o professor revela seu lado pessoal, quando sua função como educador é ser necessariamente impessoal, imparcial. Sua função é o da transmissão do conhecimento, no caso, sobre o complicado jogo político, os interesses pessoais e de grupos, as demandas dos diversos partidos políticos ou até sobre candidatos/políticos que sofreram ou sofrem algum tipo de acusação, crime ou ato ilegal perante o país.

Eventualmente, o professor até pode declarar seu voto em sala de aula, ou expressar sua opinião, ato que provavelmente despertará constrangimentos com os alunos que rejeitam tal candidato, ou que os pais não irão votar nos mesmos, ou que estão decididos a votar em outro candidato, ou mesmo anular seu voto. Apesar deste “constrangimento”, talvez possamos dar certo “desconto” ao mestre, desde que ele use sua condição docente para conduzir um debate de idéias ou oriente uma pesquisa sobre o assunto.

A abordagem política na sala de aula pode ser semelhante à abordagem religiosa, pois ambas podem possuir uma discussão fervorosa entre alunos e professor. Porém, cabe ao professor sinalizar sobre a existência de uma ética e de opiniões diversas: a sala de aula não deve ser um lugar de pregação política (nem religiosa), mas sim um espaço de debate de idéias.

Não é para ao professor ser totalmente neutro. Tampouco excluir seu parecer pessoal. Ele pode, sim, fazer política junto com os membros do seu sindicato ou de um partido político que participa, por exemplo, mas, deve evitar alterar a função docente com meras ‘opiniões’; a responsabilidade do professor é ajudar o aluno pensar criticamente (inclusive a si próprio). Portanto, uma coisa é fazer uso da posição política “pessoal” no lugar certo, e outra, é realizar uma análise, um debate político na sala de aula.

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