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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Relações Intra e Interpessoais



As relações se manifestam nas pessoas de forma que as relações sociais se apóiam nas vivências criando e re-criando conhecimentos, sendo a interação o fator essencial para o aprender. Tanto os professores quanto os alunos devem criar uma linguagem clara, amistosa, que superem as divergências e colaborem entre si e enfrentem novas oportunidades a partir da história e vivência que o estudante traz de sua trajetória de vida. Isso requer que o professor esteja capacitado e instrumentalizado para colher, trabalhar, mediar essas relações sociais no âmbito do convívio escola e comunidade. Para que as relações sociais aconteçam de forma que produza o conhecimento, a linguagem é, portanto o ambiente das inter-relações.
A interação escola-comunidade é o caminho para a construção da gestão democrática da escola. Nunes, 1999, p. 39 afirma que a escola tem sofrido de um mal cartorário por criar documentos e não dar exequidade a eles. A busca pela legitimação de uma gestão democrática da escola e da educação se transforma na organização formal de espaços que não são suficientes para firmar uma gestão democrática.
Existem modelos de gestão democrática, que muitas das vezes não funcionam no espírito de democracia, porque o modelo está no papel e não na ação. Uma gestão democrática envolve discernimento, boa vontade na participação, anseios, missão, visão de futuro e principalmente o envolvimento, o companheirismo em todas as ações, a abertura a participação garante a autonomia dos membros que fazem o processo democrático de gestão. Ponho como modelo as Associações de Pais e Mestres, o Grêmio Estudantil, o Conselho Escolar, o Colegiado de Professores, isso no âmbito da escola. No âmbito Nacional são as Conferências que dão legitimidade ao processo democrático. A Educação partindo da democracia dá conta dos agentes de transformação que podem ou não gerir a democracia compartilhada.
Uma gestão democrática para ser efetiva necessita pensar sobre os seus usuários na perspectiva de oferecer a qualificação da qual tenha o crescimento intelectual como fonte primeira. É pensar o bem estar do indivíduo nas formas afetiva, econômica, social, intelectual, oferecendo todas as possibilidades de propor, criticar, agir, tornando-se sujeito das manifestações que venha a surgir, superando as limitações, ressignificando o sentido das ações do que é coletividade. Ser esse indivíduo socialmente coeso com o fazer pedagógico e interligado com as ações desenvolvidas em prol da coletividade é respeitar e se inserir na diferença de papéis em função do todo, é saber se doar, criar e valorizar a relação com o mundo “existo, logo eu posso” está a serviço no presente, sentir, assumir a realidade. Não é fácil pensar a Educação na dinâmica de acompanhar as mudanças. Essa complexidade exige compromisso, discernimento e envolvimento com a inclusão social em todas as esferas.

Chega de copiar modelos,
Chega de inventar histórias,
A Educação clama por verdades
Verdades vividas e praticadas

A gestão democrática saiu do papel?
Talvez não, talvez sim,
Você sabe o incrível cartel,
Ação, praticada infiel

A Educação forma consciências
Confia saberes, desmistifica opinião
Revive a dinâmica em função do saber
Assume o fazer pedagógico e transforma o cidadão


Nilba Paiva
Publicado no Recanto das Letras em 19/07/2010
Código do texto: T2387789

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